Compartilhar a nossa História

A minha história e a sua não podem ser mudadas. Foram elas que nos trouxeram até aqui. A ser quem nós realmente somos. São elas que nos fazem únicos. Todas as histórias são em algum momento muito difíceis. Dolorosas até. Mas o que torna a nossa história mais difícil é negar as nossas dores. Negar a realidade, as nossas falhas e negar as nossas imperfeições . Ao negar nossa história, nós estamos a negar para nós mesmos a possibilidade de acolher aquilo que já vivemos. De ressignificar aquilo que doeu. Porque o único caminho para tratar as feridas que ainda doem é reconhecer cada uma delas. Reconhecer não significa que tenham sido boas, que foi bom ter doído. É aceitar e reconhecer e dar espaço para que doam. Para ressignificar. Para reflectir e perceber mais tarde que tudo acontece como tinha de acontecer. E o que acontece de mágico quando permitimos aceitar as dores como parte da nossa história e as partilhamos é que permitimos que a outra mãe, ou as outras pessoas, sejam pessoas de verdade connosco também.

Quando eu confio no outro para contar aquilo que me doi , sem o querer, encorajo o outro a contar aquilo que também lhe doi no fundo do coração também. E daí a importância de revelar, partilhar, ser verdadeiro quanto às nossas dores e também sobre as nossas alegrias. Revelar a nossa humanidade e permitir que a outra mãe que me lê, não se sinta só, não se sinta diferente e incompreendida. Abro portas para a vulnerabilidade e para a sensibilização da minha pequena bolha, das questões relacionadas com as nossas dores, as nossas necessidades e da importância de um mundo mais sincero, verdadeiro e empático. E consequentemente mais inclusivo. Assim nós somos. Com dores, com alegrias mas felizes.

Post Anterior

Próximo Post

Deixe o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *