 
			Mudavas alguma coisa?
Existe aquela pergunta que todos nós mais tarde ou mais cedo nos deparamos ” existe alguma coisa na tua vida que se pudesses voltar atrás, farias diferente ?”
Por vezes respondo não. Porque a vida seguiu o curso que tinha de seguir para chegar a este preciso momento e tudo foi como tinha de ser. Por outro lado, acho que poderia de alguma forma, ter saboreado tudo muito melhor. Resistido menos e lutado menos… aceitando o caminho com mais presença, menos ansiedade ou seja, menos foco no futuro.
O primeiro ano do meu primeiro filho quase não o desfrutei com toda a incerteza sobre o futuro dele. Vinguei-me no segundo filho que fiquei em casa até ele ter 11 meses. Já era muito mais sábia e confiante mas ainda sentia muito medo.
E olhando para trás….podia ter sido mais feliz.
Sem dúvida. E assim voou o tempo.
Não sei como foi que o blogue fez 16 anos . Não sei como o meu bebé “ diferente “ já vaí fazer 18…nem sequer percebi onde foram parar os últimos 10 anos . Os anos onde a nossa família ficou completa.
Sei que já fiz 49 anos e ainda me recordo do tempo que achava todos os que tinham mais de 30 já eram um bocadinho velhotes. Foi tudo muito rápido.
Por outro lado, sinto-me mais viva que nunca. Quero agarrar o presente e deliciar-me com a vida e até com os seus desafios diários. E concentro-me em abrir-me para o mundo e dar o melhor de mim. O amor que tenho para dar. As emoções que quero viver. O cheiro da terra molhada que quero cheirar. .
Aqui há dias quis o destino que fosse convidada à última da hora para um evento chamado congresso da felicidade. E mal entrei senti uma excelente energia em minha volta.
Senti que ali falávamos todos a mesma linguagem e senti uma conexão incrível. Muitas pessoas que tiveram percursos de vida sinuosos até perceberem o seu próprio segredo da felicidade.
E se lições tiro do passado é aprender a desfrutar de todo o presente, mesmo que os momentos e as emoções não sejam de todo fáceis. Tudo faz parte. Não há porque ter medo. Porque tudo acaba por dar certo. Temos de ter a humildade de perceber que a vida é como uma onda: às vezes está-se no cimo, outras vezes está-se em baixo. Quando está em baixo, é para eu relaxar e confiar que subirá novamente, aproveitando, feliz e serena, de todos os momentos que a vida me proporciona.
Ainda tenho as minhas sombras. Os meus medos.
As batalhas que quero travar e que sinto que são necessárias.
O apego, o amor pelos meus que não me deixa soltar tanto como gostaria.
Mas lido cada vez melhor… à medida que percebo que tudo faz parte.

